quarta-feira, 29 de julho de 2009

Reveladora entrevista de Michael à Oprah Winfrey (1993)

Uma das raras entrevistas de Michael concedidas antes das acusações de pedofilia foi esta aqui. No começo de 1993, Michael concordou em conversar com a apresentadora mais famosa (e rica) do mundo! Ele também concordou em conversar sobre tudo que ela quisesse e dizer toda a verdade sobre as questãoes abordadas por ela. A entrevista é longa e eu ainda não a encontrei no youtube com legendas em português (assim que encontrar posto-a aqui, na íntegra).

Então, como eu a tenho escrita (em inglês) resolvi traduzir alguns trechos essenciais e esclarecedores pra postar aqui. O fato do meu inglês andar meio enferrujando somado à minha falta de tempo não me permitiu traduzir a entrevista inteira. Mas acredito que escolhi as partes mais interessantes!


INFÂNCIA E INFLUÊNCIAS

Oprah: Eu estava observando você lá nos bastidores assistindo a vídeos de você nos seus primeiros anos. Isso te traz recordações?
Michael: Achei graça porque eu não vejo essas imagens há um longo tempo. Se me traz recordações? Sim, eu e meus irmãos que eu amo afetuosamente e é um momento maravilhoso pra mim.

Oprah: E vi você rindo quando você viu você cantando “Baby, Baby, Baby”.

Michael: Sim, eu acho que James Brown é um gênio, você sabe, quando ele está com Famous Flames, é inacreditável. Eu costumava assistí-lo na televisão e eu ficava irritado com o câmera-man porque justamente quando ele começava a dançar eles filmavam o rosto dele de perto, e assim eu não conseguia ver seus pés. Eu gritava “mostra ele, mostra ele!” porque assim eu poderia assistir e aprender...

Oprah: Ele foi um grande mentor pra você?

Michael: Fenomenal, fenomenal.

Oprah: Quem mais foi?

Michael: Jackie Wilson, que eu adoro como “entertainer” e é claro, a música, Motown, Os Bee Gees são brilhantes, eu simplesmente amo boa música.

FAMÍLIA

Oprah: Seus irmãos tinham inveja de você quando você começou a chamar toda a atenção?

Michael: Não, que eu saiba, não.

Oprah: Você nunca teve uma sensação de ciúmes (por parte dos irmãos)?

Michael: Oh, deixe-me pensar, não. Eu acho que eles todos ficam sempre felizes por mim, porque eu podia fazer certas coisas mas nunca senti inveja ou ciúmes por parte deles.

Oprah: Você acha que eles têm inveja agora?

Michael: Eu não pensaria assim. Eu acho que não, não.
Oprah: Como é sua relação com sua família? Vocês continuam próximos?
Michael: Eu amo muito a minha família. Eu gostaria que eu pudesse vê-los mais do que eu vejo. Mas nós entendemos isso porque somos uma família do show business e todos nós trabalhamos. Nós temos o dia da família em que todos ficamos juntos, nós pegamos a casa de uma pessoa, pode ser a casa do Jermaine, a casa do Marlon ou a casa do Tito e todos nos reunimos fraternalmente, com amor e conversamos, e cada um conta o que anda fazendo...

Oprah: Você não se sentiu arrasado com a LaToya e o livro da LaToya e as coisas que ela disse sobre sua família?

Michael: Bem, eu não li o livro da LaToya. Só sei que amo minha irmã profundamente eu amo a LaToya e sempre irei vê-la como a LaToya alegre e amorosa com quem me lembro de crescido junto. Então eu não posso, de maneira nenhuma te responder isso.

Oprah: Você sente que algumas das coisas que ela disse possam ser verdade?

Michael: Eu não posso te responder, Oprah, honestamente. Eu não li o livro, essa é a sincera verdade.

Oprah: Seu pai implicava com você por causa das suas espinhas?

Michael: Sim, e ele dizia que eu era feio.

Oprah: Seu pai diria isso?

Michael: Sim diria. Desculpe, Joseph.

Oprah: Como é seu relacionamento com seu pai?

Michael: Eu amo meu pai mas eu não o conheço.

Oprah: E você tem raiva dele por ele ter feito aquilo? Eu acho que isso é muito cruel atualmente.

Michael: Eu com raiva dele?

Oprah: Porque a adolescência já é difícil o suficiente sem um pai dizendo que você é feio.

Michael: Se eu fico com raiva dele? Às vezes eu fico aborrecido. Eu não o conheço da maneira que eu gostaria de conhece-lo. Minha mãe é maravilhosa. Pra mim ela é a perfeição. Eu apenas desejo poder entender meu pai.

Oprah: Então vamos falar sobre aqueles anos de sua adolescência. Foi nessa época que você começou a se fechar em si mesmo? Porque obviamente você não tem falado ao mundo por 14 anos (nota do blog: na verdade Michael deu pequenas e raríssimas entrevistas, como a de 87 que postei neste blog), então você se fechou, se tornou recluso. Isso foi pra se proteger?

Michael: Eu senti que eu não tinha nada de importante pra dizer, e aqueles foram anos muito tristes pra mim.

Oprah: Por que tão tristes? Porque no palco você estava se apresentando, você estava ganhando seus Grammys. Por que era tão triste?

Michael: Oh, há muita tristeza no meu passado, na minha adolescência, em relação ao meu pai e todas aquelas coisas.

Oprah: Então ele te aborrecia, ele debochava de você.

Michael: Sim.

Oprah: Alguma vez... ele bateu em você?

Michael: Sim.

Oprah: E por que ele batia em você?

Michael: Ele me via, ele me queria, eu acho... Não sei se eu era sua criança de ouro ou o quê, mas ele era muito restritivo, muito duro, muito severo. Apenas o olhar dele assustava.

Oprah: Você tinha medo dele?

Michael: Muito, teve vezes em que ele veio me ver em que eu ficava doente, eu começava a vomitar.

Oprah: Quando você era criança ou depois de adulto?

Michael: Ambos. Ele nunca me viu dizer isso. Me desculpe, não fique louco comigo (Michael mandando este recado pro seu pai, durante a entrevista).

Oprah: Bem, eu acho que as pessoas tem quer arcar com a responsabilidade pelo que fizeram na vida, e seu pai é uma dessas pessoas que tem que arcar com a responsabilidade.

Michael: Mas eu o amo.

Oprah: Eu entendo isso.

Michael: E eu o perdôo.

Oprah: Você perdoa, de verdade?


Michael: Eu perdôo. Há muito lixo e muita sujeira que foi escrita sobre mim e que não são verdade, são mentiras completas, e eu gostaria de falar sobre algumas dessas coisas. A imprensa tem inventado tanta coisa, Deus, histórias terríveis, horríveis... isso me fez perceber que quando que quando você ouve uma mentira frequentemente, você começa a acreditar nela.

AS HISTÓRIAS DA CÂMARA DE OXIGÊNIO E DO HOMEM ELEFANTE

Oprah: Nós conversamos sobre rumores pouco antes do intervalo e eles são muitos. Em primeiro lugar, eu estive aqui nesta casa preparando para esta entrevista e estive por toda a casa. Lá em cima, enquanto você não estava olhando, eu estive procurando por uma câmara de oxigênio e não encontrei nenhuma câmara de oxigênio pela casa.

Michael: Essa história é tão maluca, acho que isso é coisa de tablóide, completamente invetada.

Oprah então mostra uma foto de Michael em uma câmara de oxigênio e pergunta a ele como ele explica aquilo.

Michael: Eu fiz um comercial pra Pepsi e fui queimado seriamente. Então precisavam de um milhão de dólares lá e eu dei todo o dinheiro, então chamaram o local de “Centro Michael Jackson pra vítimas de queimaduras”. E essa é parte da tecnologia usada nas vítimas de queimaduras, certo? Então eu fui nesse local e entrei na câmara, e alguém tirou uma foto. Alguém revelou a foto e disse: “Oh, Michael Jackson”. Fizeram uma cópia e essa foto correu o mundo todo junto com essa mentira. Isso é uma mentira completa. Por que as pessoas compram esses jornais? Aquilo não é verdade, estou aqui pra dizer. Não julgue uma pessoa até que você tenha falado com essa pessoa diretamente. (...) Isso é loucura. Por que eu iria querer dormer numa câmara de oxigênio? (risos)

Oprah: Você comprou os ossos do homem elefante? Você tentou compra-los pra...

Michael: Não. Essa é outra história estúpida. Eu amo a história do homem elefante, ele me faz lembrar muito de mim mesmo. Eu posso me identificar com essa história, ela me faz chorar porque eu me vejo na história mas não, eu nunca procurei por... onde eu ia guardar um monte de ossos? E pra que eu ia querer esses ossos?

A POLÊMICA SOBRE MICHAEL NÃO QUERER SER NEGRO

Oprah: (…) Recentemente houve uma história sobre você querendo um menino branco pra interpreter você num commercial da Pepsi.

Michael: Isso é tão estúpido. Essa é a história mais ridícula e horrível que já ouvi. Isso é loucura. Por que, em primeiro lugar, é o meu rosto quando criança no commercial. Eu quando eu era pequeno. Por que eu iria querer uma criança branca pra me interpretar? Eu sou um negro-americano, eu sou orgulhoso da minha raça, eu sou orgulhoso de quem eu sou. Eu tenho muito orgulho e dignidade. Isso seria como você querendo uma pessoa oriental pra interpretar você quando criança. Isso faz sentido? (nota do blog: Oprah também é negra).

Oprah: Ok, então vamos à questão mais discutida sobre você que é a cord a sua pele… está obviamente muito diferente de quando você era mais jovem, então eu acho que isso tem causado muita especulação e controvérsia sobre o que você fez ou está fazendo, se você está clareando sua pele, e sua pele está ficando mais clara porque você não gosta de ser negro?

Michael: (...) Eu tenho uma doença de pele que destrói a pigmentação da minha pele. Isso é algo que eu não posso resolver, certo? Mas quando as pessoas inventam histórias de que eu não quero ser o que eu sou, isso me machuca.

Oprah: Então é…

Michael: É um problema pra mim que eu não posso controlar… mas o que dizer dos milhões de pessoas que se sentam sob o sol pra ficarem mais escuras, pra ser diferentes do que elas são? Ninguém fala nada sobre isso.

Oprah: Quando isso começou? Quando a cor da sua pele começou a mudar?

Michael: Oh, cara, eu não… um pouco depois de Thriller, ou mais ou menos entre Off the wall e Thriller, por aí…

Oprah: Mas o que você pensou?

Michael: Isso vem da minha família, meu pai disse que é do lado dele. Eu não posso controlar, eu não entendo. Quero dizer que isso me deixa muito triste. Eu não quero entrar na questão do meu histórico médico porque isso é assunto privado, mas a situação é essa.

Oprah: Então, está bem, vou ser direta, você não está fazendo nada pra mudar a cord a sua pele?

Michael: Oh, Deus, não! Nós tentamos controlar isso usando maquiagem pra disfarçar porque a doença causa manchas na minha pele. Eu tenho que igualar a cor da minha pele. Mas sabe o que é engraçado, por que isso é tão importante? Não é tão importante pra mim, eu sou um grande fã de arte. Eu amo Michaelangelo. Se eu tivesse tido a chance de falar com ele ou ler sobre ele eu gostaria de saber o que o inspirou a se tornar o que ele se tornou, a anatomia de sua habilidade e não sobre com quem ele saiu na última noite. (...)

DANÇA "INDECENTE"?

Oprah: Eu preciso te perguntar isso… tem muitas mães que me assistem e elas tem me pedido pra por favor, te fazer essa pergunta. Por que você põe a mão no meio das pernas? (nota: em ingles Oprah usou a expressão “grab your crotch” que ao pé da letra seria algo como agarrar ou segurar a forquinha ou braguilha... exatamente a parte do corpo onde ficam os genitais)

Michael: (risos) Por que ponho a mão entre as pernas? Acho que acontece subliminarmente. Quando você está dançando, você sabe, você está simplesmente interpretando a música e os sons e o acompanhamento (…) e você expressa a emoção que há no som. Então se estou fazendo um movimento e faço “bam” e pego em mim mesmo, é a música que me compele a fazer isso. Não estou dizendo que eu esteja morrendo de vontade de pegar lá embaixo, e não é um grande lugar. Você não pensa nisso, apenas acontece. As vezes eu olho as imagens e eu digo: “Eu fiz isso?”, então eu sou um escravo do rítmo.

O REI DO POP

Oprah: Liz Taylor disse que você era o rei do pop, roch e soul. Quando surgiu essa história de você ter se auto-proclamado “rei do pop”?

Michael: Eu não meu auto-proclamei a nada. Sou feliz por estar vivo, sou feliz por ser quem sou. “Rei do Pop” foi dito primeiro pela Elizabeth Taylor em uma premiação.

Oprah: Então foi aí que isso tudo começou?

Michael: Sim, e os fãs... todos os estádios em que nos apresentamos, eles traziam cartazes dizendo Rei do Pop” e eles gritavam isso do lado de fora dos hotéis, dizendo “Rei do...” então isso virou uma coisa que aconteceu no mundo todo.


RELIGIOSIDADE E ARTE

Oprah: Quando está diante de um mar de pssoas em volta de você gritando seu nome, o que isso te faz pensar/sentir?

Michael: Amor. Você simplesmente sente muito amor, se sente abençoado e honrado pore star apto a ser um instrumento da natureza que foi escolhido pra dar a ele isso, que eu dou a eles. Sou muito honrado e feliz por isso.

Oprah: Um instrumento da natureza – essa é uma maneira interessante de você se descrever.

Michael: Obrigado, sim.

Oprah: Você é muito espiritual?

Michael: Em que sentido?

Oprah: Eu quero dizer, você medita? Você entende que já algo maior que você agindo aqui?

Michael: Eu acredito em Deus, completamente, acredito muito.

Oprah: E eu acredito que todos vêm ao mundo com uma razão. Eu acho que a maioria de nós passamos nossas vidas tentando descobrir qual é nosso propósito pra estarmos aqui. O que você acho que é o seu propósito?

Michael: Oh, cara, acho que é dar o melhor que eu posso através das canções, através da dança, através da música. (...) Eu acredito que toda arte é o ultimo laço de união entre o material e o espiritual, entre o humano e o divino. Acredito que esta seja a maior razão pra existência da arte.

4 comentários:

  1. O mike foi, é, e sempre será o rei do pop! Essa entrevista foi incrível... E o mike realmente éh um instrumento da natureza e d deus! Suas mensagens d amor e esperança nos faz acreditar em um mundo melhor! Michael 4ever

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  2. Hee,hee!Aow!
    Shamone!
    Love lives forever!
    I think i told you,Im a lover not a fighter!
    keep on with the force don't stop, don'stop til you get enough!

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  3. Michael sempre vivo (literalmente)
    Em todas as entrevistas e em suas obras podemos ver o gênio que ele é.
    Realmente um gênio contemporâneo!

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  4. Um gênio incompreendido e julgado por pessoas maliciosas e maldosas

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