Foto: Michael sendo coroado Rei de uma tribo africana em 1992.
A história da ligação de Michael Jackson com o continente africano é maior e mais intensa do que muitas pessoas imaginam. Ela não se resume ao sangue africano que lhe corria nas veias desde o momento em que nasceu até o momento em que deixou este planeta. Essa ligação ia além do físico e atingia o lado emocional através do fator identificação. A primeira vez que Michael pisou na África foi em 1974. Michael era um adolescente e esteve com seus irmãos em Dakah, Senegal. Ele ficou fascinado por aquele lugar, a afinidade foi imediata. Veja o que Michael disse a esse respeito numa entrevista que concedeu na época:
“Quando descemos do avião na África, fomos cumprimentados por uma longa fila de bailarinos africanos. Os seus tambores e os sons encheram o ar do ritmo. Eu fiquei maluco, eu gritava: ‘Muito bem! Eles têm ritmo... É isso! É de onde venho. A origem’."
Desde então um laço muito forte se formou e uma das metas de vida de Michael passou a ser ajudar aquele continente do qual mais do que nunca, ele se sentia filho.
Em janeiro de 1985, Michael foi chamado para participar do projeto USA For África, criado com o objetivo de arrecadar fundos para aliviar a miséria em várias países africanos (como a Etiópia) enviando alimentos, remédios e outros benefícios necessários; projeto comandado por Harry Belafonte. Ele não pensou duas vezes: a resposta foi “sim”. E ele garantiu que não apenas participaria como também ajudaria a compor uma canção-tema da campanha.
E assim foi feito: Michael Jackson, em parceria com Lionel Richie compuseram a belíssima “We are the world”. De acordo com o que a irmã de Michael, LaToya, contou ao biógrafo J. Randy Taraborrelli, Lionel na verdade compôs apenas algumas partes da melodia e 99% da letra foi escrita por Michael, mas ele nunca fez questão de dizer isso.
No dia da gravação, no estúdio onde se reuniram os maiores e mais prestigiados artistas da música daquela época, Michael, timidamente se dirigiu a eles para falar sobre a música que juntos iam gravar: “É uma canção de amor para inspirar preocupação por um lugar distante, mas perto de casa”.
Essa frase mostra mais uma vez como Michael se sentia em relação à África.
Com Michael (que já era o maior astro do mundo) à frente, a campanha foi um sucesso total e arrecadou muito dinheiro pra ajudar as vítimas da fome nos países africanos.
Em 1992, quando chegou à África durante a turnê do álbum Dangerous, Michael foi recebido pelos seus fãs africanos no aeroporto com uma faixa que dizia: “Welcome home” (bem vindo ao lar).
Mas ele também queria conhecer suas origens e visitou a tribo Anyi, na Costa do Marfim. Os chefes da tribo consultaram os astros e descobriram que Michael era descendente dos antigos líderes da tribo, seus reis. Ele então, resolveu consultar a “arquitetura de seu DNA” e teve a confirmação que buscava: ele realmente pertencia à dinastia daquela tribo.
Michael foi coroado como um Rei daquela tribo, e ganhou um nome: Príncipe Michael Amalaman Anohin.
Quando Michael faleceu, os chefes da tribo queriam levar seu corpo para a África pra realizaram seu funeral de acordo com suas tradições. Com o pedido obviamente negado, eles velaram seu espírito em uma cerimônia realizada em um campo de futebol.
Eles acreditavam que Michael um dia iria governá-los. Segundo Emmanuel Kassy Kofi, membro da tribo, Michael os protegeu por 17 anos, desde sua coroação.
Aqui está um trecho da entrevista que Michael concedeu à Revista Ebony, na época em que o evento ocorreu, em 1992:
EBONY/JET: Você tem algum sentimento especial a respeito deste seu retorno ao continente da África?
MICHAEL: Para mim é como "o berço da civilização." É o primeiro lugar onde a sociedade existiu. Ele (o continente) viu muito amor. Acho que há essa conexão porque ele é a raiz de todo o ritmo. Tudo. It’s home. (obs: fica difícil traduzir isso ao pé da letra, mas acho que dá pra perceber que Michael está chamando a África de “lar”).
EBONY/JET: Você visitou a África em 1974. Você pode comparar e contrastar as duas visitas?
MICHAEL: Sou mais consciente das coisas desta vez: a pessoas e como eles vivem e o seu governo. Mas para mim, sou mais consciente dos ritmos, a música, as pessoas. Isso é o que eu tenho percebido mais do que qualquer coisa. Os ritmos são incríveis. Você pode falar especialmente da maneira como as crianças se movem. Até mesmo os bebês pequenos, quando eles ouvem os tambores, eles começam a se mexer. O ritmo, o modo como ele afeta suas almas e eles começam a se mexer. É a mesma coisa que os negros têm na América.
EBONY/JET: Como se sente sendo um verdadeiro rei?
MICHAEL: Eu tento nunca pensar muito nisso porque não quero que isso suba à minha cabeça. Mas é uma grande honra.
Ter “sangue real” não é pra qualquer um. E Michael, mesmo sabendo disso, não perdeu a humildade.
Em 1997, Michael esteve na África do Sul pra realizar um show da turnê HIStory onde se apresentou para 47 mil pessoas no estádio de Joanesburgo. Depois ele foi a uma cerimônia onde se tornou membro honorário da tribo africana Bafokeng Ka Bakwena (Povo do Crocodilo). Essa é uma das tribos mais ricas do país porque eles possuem a segunda maior reserva de platina do mundo. Michael, de braço dado com Lisa Presley (de quem já estava divorciado!) desfilou em meio aos nativos, cumprimentado a todos, sorridente. Seus pais Katherine e Joseph, que estavam lá com Michael, também receberam certificados de “cidadania”.
Em 2002, Michael novamente visitou a África e foi recebido e festejado pelos nativos como um verdadeiro rei.
Michael esteve na África outras vezes e sempre apoiou as questões ligadas à raça negra e sua cultura. Sempre esteve ao lado de personalidades como Nelson Mandela (veja a foto abaixo).
“Quando descemos do avião na África, fomos cumprimentados por uma longa fila de bailarinos africanos. Os seus tambores e os sons encheram o ar do ritmo. Eu fiquei maluco, eu gritava: ‘Muito bem! Eles têm ritmo... É isso! É de onde venho. A origem’."
Desde então um laço muito forte se formou e uma das metas de vida de Michael passou a ser ajudar aquele continente do qual mais do que nunca, ele se sentia filho.
Em janeiro de 1985, Michael foi chamado para participar do projeto USA For África, criado com o objetivo de arrecadar fundos para aliviar a miséria em várias países africanos (como a Etiópia) enviando alimentos, remédios e outros benefícios necessários; projeto comandado por Harry Belafonte. Ele não pensou duas vezes: a resposta foi “sim”. E ele garantiu que não apenas participaria como também ajudaria a compor uma canção-tema da campanha.
E assim foi feito: Michael Jackson, em parceria com Lionel Richie compuseram a belíssima “We are the world”. De acordo com o que a irmã de Michael, LaToya, contou ao biógrafo J. Randy Taraborrelli, Lionel na verdade compôs apenas algumas partes da melodia e 99% da letra foi escrita por Michael, mas ele nunca fez questão de dizer isso.
No dia da gravação, no estúdio onde se reuniram os maiores e mais prestigiados artistas da música daquela época, Michael, timidamente se dirigiu a eles para falar sobre a música que juntos iam gravar: “É uma canção de amor para inspirar preocupação por um lugar distante, mas perto de casa”.
Essa frase mostra mais uma vez como Michael se sentia em relação à África.
Com Michael (que já era o maior astro do mundo) à frente, a campanha foi um sucesso total e arrecadou muito dinheiro pra ajudar as vítimas da fome nos países africanos.
Em 1992, quando chegou à África durante a turnê do álbum Dangerous, Michael foi recebido pelos seus fãs africanos no aeroporto com uma faixa que dizia: “Welcome home” (bem vindo ao lar).
Mas ele também queria conhecer suas origens e visitou a tribo Anyi, na Costa do Marfim. Os chefes da tribo consultaram os astros e descobriram que Michael era descendente dos antigos líderes da tribo, seus reis. Ele então, resolveu consultar a “arquitetura de seu DNA” e teve a confirmação que buscava: ele realmente pertencia à dinastia daquela tribo.
Michael foi coroado como um Rei daquela tribo, e ganhou um nome: Príncipe Michael Amalaman Anohin.
Quando Michael faleceu, os chefes da tribo queriam levar seu corpo para a África pra realizaram seu funeral de acordo com suas tradições. Com o pedido obviamente negado, eles velaram seu espírito em uma cerimônia realizada em um campo de futebol.
Eles acreditavam que Michael um dia iria governá-los. Segundo Emmanuel Kassy Kofi, membro da tribo, Michael os protegeu por 17 anos, desde sua coroação.
Aqui está um trecho da entrevista que Michael concedeu à Revista Ebony, na época em que o evento ocorreu, em 1992:
EBONY/JET: Você tem algum sentimento especial a respeito deste seu retorno ao continente da África?
MICHAEL: Para mim é como "o berço da civilização." É o primeiro lugar onde a sociedade existiu. Ele (o continente) viu muito amor. Acho que há essa conexão porque ele é a raiz de todo o ritmo. Tudo. It’s home. (obs: fica difícil traduzir isso ao pé da letra, mas acho que dá pra perceber que Michael está chamando a África de “lar”).
EBONY/JET: Você visitou a África em 1974. Você pode comparar e contrastar as duas visitas?
MICHAEL: Sou mais consciente das coisas desta vez: a pessoas e como eles vivem e o seu governo. Mas para mim, sou mais consciente dos ritmos, a música, as pessoas. Isso é o que eu tenho percebido mais do que qualquer coisa. Os ritmos são incríveis. Você pode falar especialmente da maneira como as crianças se movem. Até mesmo os bebês pequenos, quando eles ouvem os tambores, eles começam a se mexer. O ritmo, o modo como ele afeta suas almas e eles começam a se mexer. É a mesma coisa que os negros têm na América.
EBONY/JET: Como se sente sendo um verdadeiro rei?
MICHAEL: Eu tento nunca pensar muito nisso porque não quero que isso suba à minha cabeça. Mas é uma grande honra.
Ter “sangue real” não é pra qualquer um. E Michael, mesmo sabendo disso, não perdeu a humildade.
Em 1997, Michael esteve na África do Sul pra realizar um show da turnê HIStory onde se apresentou para 47 mil pessoas no estádio de Joanesburgo. Depois ele foi a uma cerimônia onde se tornou membro honorário da tribo africana Bafokeng Ka Bakwena (Povo do Crocodilo). Essa é uma das tribos mais ricas do país porque eles possuem a segunda maior reserva de platina do mundo. Michael, de braço dado com Lisa Presley (de quem já estava divorciado!) desfilou em meio aos nativos, cumprimentado a todos, sorridente. Seus pais Katherine e Joseph, que estavam lá com Michael, também receberam certificados de “cidadania”.
Em 2002, Michael novamente visitou a África e foi recebido e festejado pelos nativos como um verdadeiro rei.
Michael esteve na África outras vezes e sempre apoiou as questões ligadas à raça negra e sua cultura. Sempre esteve ao lado de personalidades como Nelson Mandela (veja a foto abaixo).
A forte ligação de Michael com a África também pode ser percebida no seu trabalho. Vou citar alguns:
No álbum “Thriller” de 1982, ouvimos no final da música “Wanna be startin’ somethin’” um coro cantando “ma ma se ma ma sa ma ma coo sa”, uma canção que foi primeiramente usada pelo saxofonista camaronês Manu Dibango, que invadiu o mercado americano em 1973 com a música “Sou Makossa”. Esta canção de Manu, foi um grande sucesso nos continentes africano, europeu e americano.
No álbum “Bad” de 1987 temos a música Liberian Girl, que significa “Garota Liberiana” (liberiano é o mesmo que natural da Libéria, país africano). A música é bela, delicada e Michael a ofereceu à Elizabeth Taylor, assim como em seu clipe reuniu diversos amigos a quem queria homenagear.
Mas a inspiração veio de novo, da África. A introdução da música é uma frase em um idioma africano (provavelmente liberiano), onde uma voz de mulher recita: “Naku penda piya, Naku taka piya, Mpenziwe”, que significa: “Eu amo você também, eu quero você também, meu amor”.
No filme “Moonwalker”, de 1988 vemos no final, um grupo de cantores negros cantando uma música em algum dialeto africano enquanto dançam uma coreografia bem típica de seu continente.
No clipe de “Black or White”, Michael aparece dançando com todos os grupos raciais, inclusive com uma tribo Africana.
Nos clipes de Michael sempre vemos artistas negros, inclusive africanos como a modelo Ímã por exemplo. Por falar nisso as musas de Michael são na maioria de seus clipes, negras, como em “Thriller”, “Smooth Criminal”, “Remember the time” (Ímã), “In the Closet” (Naomi Campbell), “Blood on the dance floor” e “You rock my world”. Isso sem falar em “The way you make me feel”, em que a musa é mestiça.
Numa entrevista que deu à Diane Sawyer em 1995, juntamente com sua esposa na época, Lisa Marie Presley, Michael disse que tinha vontade de se mudar pra algum outro país, como a África do Sul.
Michael também foi um dos artistas (senão o artista) que mais contribuíram financeiramente com o combate à fome e à miséria na África, e também com diversos movimentos negros (por exemplo: em 1984 doou todo o seu dinheiro recebido com a “Turnê da Vitória” pra três instituições de caridade, dentre elas o Fundo Universitário para os Negros).
Enfim... como se pode ver, Michael Jackson jamais negou seu sangue, sua raça, sua origem. Pelo contrário: sempre se orgulhou de ser negro, de descender de africanos e de toda a cultura e história da raça negra.
Michael foi um negro consciente, durante toda a sua vida. Consciente de sua etnia, de suas raízes, de seu papel na sociedade e no mundo. A pessoa que disser que ele não tinha a chamada “consciência negra”, ou está mentindo ou então é muito mal informada a respeito desse mito da música mundial.
Ele conseguiu romper as barreiras raciais e fez o mundo conhecer, respeitar e se importar com o continente que ele chamava de “lar” e que considerava como “o berço da civilização” – a ÁFRICA.
No álbum “Thriller” de 1982, ouvimos no final da música “Wanna be startin’ somethin’” um coro cantando “ma ma se ma ma sa ma ma coo sa”, uma canção que foi primeiramente usada pelo saxofonista camaronês Manu Dibango, que invadiu o mercado americano em 1973 com a música “Sou Makossa”. Esta canção de Manu, foi um grande sucesso nos continentes africano, europeu e americano.
No álbum “Bad” de 1987 temos a música Liberian Girl, que significa “Garota Liberiana” (liberiano é o mesmo que natural da Libéria, país africano). A música é bela, delicada e Michael a ofereceu à Elizabeth Taylor, assim como em seu clipe reuniu diversos amigos a quem queria homenagear.
Mas a inspiração veio de novo, da África. A introdução da música é uma frase em um idioma africano (provavelmente liberiano), onde uma voz de mulher recita: “Naku penda piya, Naku taka piya, Mpenziwe”, que significa: “Eu amo você também, eu quero você também, meu amor”.
No filme “Moonwalker”, de 1988 vemos no final, um grupo de cantores negros cantando uma música em algum dialeto africano enquanto dançam uma coreografia bem típica de seu continente.
No clipe de “Black or White”, Michael aparece dançando com todos os grupos raciais, inclusive com uma tribo Africana.
Nos clipes de Michael sempre vemos artistas negros, inclusive africanos como a modelo Ímã por exemplo. Por falar nisso as musas de Michael são na maioria de seus clipes, negras, como em “Thriller”, “Smooth Criminal”, “Remember the time” (Ímã), “In the Closet” (Naomi Campbell), “Blood on the dance floor” e “You rock my world”. Isso sem falar em “The way you make me feel”, em que a musa é mestiça.
Numa entrevista que deu à Diane Sawyer em 1995, juntamente com sua esposa na época, Lisa Marie Presley, Michael disse que tinha vontade de se mudar pra algum outro país, como a África do Sul.
Michael também foi um dos artistas (senão o artista) que mais contribuíram financeiramente com o combate à fome e à miséria na África, e também com diversos movimentos negros (por exemplo: em 1984 doou todo o seu dinheiro recebido com a “Turnê da Vitória” pra três instituições de caridade, dentre elas o Fundo Universitário para os Negros).
Enfim... como se pode ver, Michael Jackson jamais negou seu sangue, sua raça, sua origem. Pelo contrário: sempre se orgulhou de ser negro, de descender de africanos e de toda a cultura e história da raça negra.
Michael foi um negro consciente, durante toda a sua vida. Consciente de sua etnia, de suas raízes, de seu papel na sociedade e no mundo. A pessoa que disser que ele não tinha a chamada “consciência negra”, ou está mentindo ou então é muito mal informada a respeito desse mito da música mundial.
Ele conseguiu romper as barreiras raciais e fez o mundo conhecer, respeitar e se importar com o continente que ele chamava de “lar” e que considerava como “o berço da civilização” – a ÁFRICA.