quarta-feira, 7 de outubro de 2009

TURNÊ DA VITÓRIA - a verdade!













Em 1984 os irmãos Jacksons percorreram vários países com uma turnê de grande sucesso: a "Victory Tour" (traduzindo; "Turnê da Vitória"), pra divulgar o álbum "Victory" dos Jacksons e "Thriller", de Michael que já era o álbum mais vendido do mundo.Michael Jackson já era MICHAEL JACKSON naquela época.

Mas a turnê trouxe vários problemas. Além do estressa da convivência com os irmãos, Michael foi acusado de ganância pela mídia e pelo público em geral por causa do método usado pra vender os ingressos da turnê.

James Brown se recusou a subir ao palco com Michael alegando que o preço altíssimo dos ingressos somado à maneira injusta como eles estavam sendo vendidos, impediria que a maior parte da comunidade negra (em sua maioria pobre) pudesse ir aos shows. Michael ficou profundamente triste com isso porque na verdade ele nunca teve culpa de nada.

O que realmente aconteceu:

Primeiro de tudo é importante esclarecer que Michael não queria participar dessa turnê com seus irmãos. Ele já vinha tentando se desligar do grupo desde a turnê anterior, a Triumph Tour, de 1981 e queria excursionar sozinho. Mas sempre sua mãe vinha pedir a ele que ajudasse os irmãos e ele não conseguia dizer "não" pra ela.

Quero fazer um pequeno parêntese pra dizer que entendo a posição de Katherine, afinal, por mais que Michael fosse seu filho predileto, ele não era o único, e ela queria ver seus filhos trabalhando unidos como faziam quando eram crianças.

O empresário que Joe Jackson contratou pra cuidar da turnê, Don King, arranjou pra eles um patrocínio polpudo com a Pepsi Cola. Michael não queria fazer o comercial porque achou que seria desonesto de sua parte divulgar um refrigerante que ele não bebia. Mas acabou acatando a decisão da maioria.

No dia do anúncio da turnê, em dezembro de 1983, os irmãos Jacksons tiveram que aturar um monte de besteiras ditas pelo exibido Don King. Michael o fuzilava com o olhar, por trás de seus óculos escuros. Quando convidado por Don a falar, Michael limitou-se a apresentar o restante de sua família, que estava sentada na platéia (sua mãe, seu pai, as duas irmãs presentes LaToya e Janet e suas quatro cunhadas na época, além de explicar que sua irmão mais velha Rebbie não comparecera porque estava gravando um disco pra CBS).

Mas pior do que isso foi o que ficou decidido a respeito da maneira como os ingressos seriam vendidos: Don King, Chuck Sullivan, Joe Jackson e os cinco irmãos de Michael concordaram com essa "maravilhosa" idéia dos promotores: cada ingresso custaria o preço absurdo de 30 dólares (quando shows de Bruce Springsteen e Rolling Stones custavam 16 dólares cada) e só poderiam ser vendidos de quatro em quatro. Uma pessoa que quisesse ir ao show teria que arranjar mais três pessoas pra ir ou desenbolsar 120,00 dólares de qualquer jeito!

Além disso a venda seria feita assim: os fãs teriam que comprar jornais, recortar um cupom, preencher e enviar junto com o dinheiro do ingresso num vale postal! Depois um sorteio definiria quais fã assistiriam a que show (em que cidade)! Os que não conseguisse uma vaga, teriam seu dinheiro devolvido depois (era a promessa).

Os irmãos de Michael adoraram a idéia e diziam, empolgados: "O céu é o limite!"

Mas Michael protestou:

"Não, não é assim que se faz. Vai ser um tiro pela culatra. Os ingressos não deveriam custar mais de 20 paus. E essa idéia de vale postal é horrível!"Michael então sugeriu que os ingressos custassem 20 dólares e que pudessem ser vendidos individualmente, sem essa coisa de sorteio e vale postal. Mas todos votaram contra e Michael, sendo voto vencido, teve que acatar mais uma vez, a decisão da maioria.

Chateado, Michael disse à sua equipe que essa seria a última chance de seus irmãos. Ele não faria mais turnês com eles, então eles que aproveitassem bem o dinheiro que iriam ganhar com a turnê.

Como Michael que era a estrela da família ele acabando levando a maior parte da culpa (e por decisões com as quais ele não concordava!)...De repente a imprensa começou a chamá-lo de ganancioso e egoísta. Diziam que Michael não se importava com os fãs, que ele queria apenas era explorar a todos, e que como os Jacksons já estavam ricos estavam agora entregues à cobiça e à arrogância.

Um dia, um dos acessores de Michael entregou a ele o jornal Dallas Morning News, com uma carta da fã Ladonna Jones, de 11 anos que dizia ter economizado centavo por centavo pra comprar seu ingresso pro show do "The Jacksons". Mas ela não tinha dinheiro suficiente pra comprar quatro ingressos. Então ela fazia uma pergunta bem direta ao Michael: "Como você, de todas as pessoas do mundo pode ser tão egoísta"?

Pois é... Michael, que sempre fora CONTRA essa idéia e que nunca fora ganancioso ou egoísta, pagou o "pato". Essa carta sensibilizou-o profundamente e o fez tomar uma atitude. Ele convocou uma reunião com os idealizadores da turnê Don King, Chuck Sullivan e Joe Jackson (seu pai) e foi categórico:

"Mudem a estratégia de venda dos ingressos. O que há é uma roubalheira. Vocês sabem, eu sei. Agora mudem. Ou eu não vou participar mais dessa turnê."

Contrariados, os empresários e promotores tiveram que atacar essa exigência de Michael e mudaram tudo, como ele queria.

Michael convocou então uma entrevista coletiva pra comunicar que estava sndo estudado um novo método de venda dos ingressos, que entraria em vigor na segunda etapa da turnê (já que na primeira não era mais possível pois não havia tempo de mudar e muitos ingressos já haviam sido vendidos no método caça-níquel).

Ele chegou à coletiva de imprensa acompanhado de seus irmãos Marlon, Randy e Tito e declarou que doaria todo o dinheiro que ele ganhasse com a turnê pra instituições de caridade. Também colocou 2000 ingressos gratuitos em cada cidade disponíveis pra deficientes físicos.

E ele disse ainda:

"Trabalhamos muito tempo para tornar esse show o melhor possível. Mas sabemos que muitos fãs estão tendo dificuldades para conseguir ingressos. Outro dia recebi uma carta de uma menina do Texas chamada Ladonna Jones. Ela dizia que tinha juntado dinheiro fazendo "bicos", mas que naquele sistema antigo, que obrigava a comprar quatro ingressos, ela não conseguiria arcar com tal luxo. Então eu pedi aos nossos promotores que encontrassem um novo modo de vender os ingressos, um modo que não exigisse o vale postal de 120 dólares. Tinha muita gente falando que os promotores ficariam com o dinheiro dos ingressos não vendidos. Pedi que acabassem com esse sistema de vale postal o mais rápido possível, para que ninguém pague se não receber um ingresso."

E assim foi feito: o sistema foi mudado, Landonna Jones ganhou entradas gratuitas pra ver o show e ao final da estressante turnê Michael declarou ao público, surpreendendo os irmãos:

"Esse foi o nosso último e derradeiro show. Foram vinte longos anos e nós amamos todos vocês".

Michael havia avisado a eles que não aceitaria prolongar a turnê levando-a pra outros países e também que não haveriam mais turnês dos The Jacksons. Mas eles não acreditavam... achavam que seria fácil fazê-lo mudar de idéia. Mas dessa vez não conseguiram. Pelo menos por um bom tempo...

Michael doou toda a sua parte do cachê ganho com a turnê, cerca de 5 milhões de dólares, pra três instituições: Fundação T.J. Martell de Pesquisa sobre o Câncer, Fundo Universitário Para os Negros, e Parque de Diversões Ronald McDonald.

Mais uma demosntração de que Michael sempre foi um homem de palavra e de caráter.

3 comentários:

  1. Elisa, inclusive, foi em uma dessas turnês com os irmãos que ele doou nada menos que SETE MILHÕES DE DÓLARES para instituições de caridade.
    Se não me engano o Taraborrelli cita essa doação no livro dele. Vou conferir.
    Abrãço

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  2. Foi nessa turnê mesmo! Eu comentei no texto, ali no penúltimo parágrafo... ele doou quase cinco milhões pra três instituições. Na biografia do Taraborrelli está na pág 314.
    Só o Michael mesmo, né? Ele está no livro dos récords como o artista q mais deu dinheiro pra causas beneficentes.
    Abraçooo!

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  3. Pois é, Elisa... Uma notícia linda dessas a imprensa em geral não se interessa em divulgar...

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