quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Michael e Joseph - o outro lado da história!








Todo mundo sabe da infância difícil que Michael teve, e que muito disso se deve a um pai exigente, duro e às vezes até violento: Joseph Jackson, também conhecido como Joe.

Também não é segredo pra ninguém que Joe costumava bater nos filhos quando eram crianças além de fazê-los ensaiar exaustivamente pra cumprirem sua agenda lotada de compromissos com o mundo do showbusiness.

Justamente por isso este post não será sobre esse lado de Joe que todo mundo conhece.



Não vou falar sobre as broncas e surras que Michael levou, sobre sua infância perdida, sobre o quanto ele sofreu. Não vou retratar Joe Jackson como um monstro porque isso infelizmente já tem muita gente fazendo por aí.

Aqui neste post será apresentado o outro lado – um lado que poucos conhecem: o lado bom de Joe e os poucos mas intensos momentos de ternura entre este pai e seu filho mais famoso.

Joe Jackson sempre colocou a família em primeiro lugar. Não se importava em dar duro em dois empregos pra que nada faltasse à sua mulher e seus nove filhos. Joe que era músico mas não tinha alcançado o sucesso com sua banda, ao perceber o talento dos filhos decidiu que eles seriam o que ele próprio não pôde ser: rico, famoso e bem sussedido.

Michael era o mais talentoso de todos e por isso o mais exigido. Ao mesmo tempo ele era usado pelo pai como modelo a ser seguido pelos irmãos: “Façam como Michael”, dizia Joe. Mas havia coisas, no canto, na dança e na comunicação com o público que apenas Michael sabia fazer. Esse era o dom DELE, e de mais ninguém. Marlon tinha dificuldades em dançar e por isso era o que mais sofria com a rigidêz do pai.

A mãe de Michael, Katherine Jackson certa vez disse: “Para mim, desde pequeno, Michael pareceu diferente de meus outros filhos. Eu não acredito em reencarnação mas sabe aquele jeito desordenado que um bebê tem quando começa a andar? Michael nunca teve isso. Quando dançava, era como se fosse uma pessoa mais velha”.

Devido ao fato de ser o menor dos irmãos que se apresentavam com o Jackson Five (naquela época o caçula Randy, ainda não fazia parte do grupo) algumas pessoas que assistiam ao show chegavam a pensar que Michael fosse um anão e não uma criança. Afinal, era ele o líder o grupo, era ele quem conduzia o espetáculo e conversava com a platéia, era ele quem sabia cantar e dançar como um artista experiente...

Uma vez antes de um show de talentos, Jackie (o mais velho dos irmãos) ouviu o comentário de um participante dizendo: “Vamos ficar de olho nesse grupo por causa desse anão que eles usam como vocalista principal”. Jackie não conseguia parar de rir e isso magoou Michael, que chorando desabafou:
“Não tenho culpa se sou o mais baixo”.Joe chamou Michael num canto e se ajoelhando perto dele pra olhar bem em seus olhos disse: “Ouça, Michael, você precisa se orgulhar de estar sendo comentado pelos seus rivais. Isso quer dizer que você está no caminho certo. Isso é bom!”.“Mas eu não gosto, eles estão falando mal de mim”, respondeu Michael. Joe então, carinhosamente deu um beijo da cabeça do filho e sorrindo disse: “Isto é só o começo, Mike. Portanto, pode ir se acostumando”.

O episódio acima foi contado pelo próprio Michael ao biógrafo J. Randy Taraborrelli.

Em um discurso que já postei neste blog, feito por Michael em 2001 sobre paternidade, ele contou sobre uma vez que Joe o pegou e o colocou em cima de um pônei, em um dos raros momentos de carinho. Também contou o seguinte: sabendo que Michael adorava donnuts, Joe sempre os comprava e enquanto ele dormia, os colocava na cozinha pra que Michael os encontrasse lá pela manhã.

Como todos sabem, Michael fez sua estréia no cinema em 1977, no filme “The Wiz”, uma versão alternativa para o clássico “O Mágico de Oz” protagonizada apenas por atores negros. O filme não fez sucesso e Michael se frustrou muito com isso.

Quando um dos irmãos de Michael fez um comentário negativo sobre o filme, Joe deu-lhe um forte tapa no ombro. “Ai, Joseph, isso dói!”. E Joseph respondeu, defendendo Michael:
“Ai, o caramba! Não critique o seu irmão, está ouvindo? Ele pelo menos tentou. Quantos filmes você já fez, ô superastro?!”

J. Randy Taraborrelli conta em sua biografia “Michael Jackson – A Magia e a Loucura” um episódio ocorrido no hospital, em 1984 após Michael ter seu cabelo e parte do couro cabeludo queimados durante a gravação de um comercial da Pepsi:
Tentei entrevistar Katherine e Joseph quando entraram no hospital, de braços dados. “Como se sentem a respeito disso? Perguntei. Katherine continuou em frente, sem demora, mas Joseph parou. Olhou-me de frente: “É o meu filho que está lá”, ele disse, evidentemente abalado. “Como acha que estou me sentindo? Como é que um pai se sente quando um filho é ferido?”. “Mas você e Michael já tiveram suas diferenças”, comentei. Joseph me estudou por um instante: “Rapaz, você tem filhos?”. Balancei a cabeça para indicar que não. “Então não é capaz de compreender como estou me sentindo. Seja o que for que aconteça, pai é sempre pai. E filho será sempre filho, certo?”.
Uma coisa que Michael sempre quis deixar claro em relação a Joseph é que ele sempre foi honesto com os filhos, lhes entregando sempre o dinheiro de cada um. Joe nunca roubou os filhos, ou ficou com o dinheiro deles. Desde que eram crianças, ele entregava o cachê exato de cada filho e lhes mandava comprar o que quisessem. Michael sempre comprava balas e doces.

Durante um tempo, Michael evitou uma aproximação com o pai e sentiu raiva dele, principalmente pelas surras da infância, por trair sua mãe e por viver inventando turnês dele com seus irmãos como meio de ganharem mais e mais dinheiro. Mas a partir dos anos 90, resolveu permitir uma aproximação maior e decidiu perdoá-lo, deixando o passado pra trás.

Em 2003, quando Martin Bashir levou ao ar o famigerado documentário “Vivendo com Michael Jackson”, Joseph ligou pra Michael na manhã do dia seguinte. Michael estava chorando e disse que não gostou nada da forma que o documentário foi apresentado. Michael disse ao pai: “Só espero que daqui a vinte anos meus filhos não o vejam. O que eles vão pensar de mim, Joseph?”.

Joseph então disse a Michael que ele e Katherine queriam ir a Neverland passar uns dias com ele e as crianças. Michael ficou desconfiado, pensando que poderia ser mais uma idéia mirabolante de Joseph pra uni-lo a seus irmãos em mais algum evento ou show. Percebendo a reação do filho, Joe explicou:
“Prometo a você, Michael, que não tem nada a ver com seus irmãos. É sobre nós: você, eu e Katherine. Além disso, queremos ver as crianças. Por favor. Eles são tão importantes para nós quanto para você, Michael.”
Michael concordou com a visita dos pais, naquele começo de 2003 e passou dias agradáveis em companhia deles. Joseph dormia até tarde, enquanto Michael tomava o café da manhã com a mãe. À tarde, Michael passeava com o pai pela propriedade.

Um dia, eles tiveram uma pequena discussão, que foi logo superada porque Michael foi incisivo: “Joseph, esta é a MINHA casa”.

Numa tarde em que Katherine havia levado Paris às compras, Michael, Joseph e Prince fizeram um piquenique nos jardins de Neverland. Os funcionários presenciaram uma bela cena: três gerações de Jacksons deitados em um cobertor, conversando, rindo e comendo frango frito.

Nessa época, Michael disse sobre Joseph:
“EU O AMO. E O PERDÔO TOTALMENTE, TOTALMENTE”.
Na hora da partida, Michael se despediu de Katherine com um demorado abraço e um beijo no rosto no portão de Neverland, enquanto a limusine que levaria os dois embora os aguardava. Joseph levou Katherine até o carro e voltou para se despedir do filho. Joe abraçou Michael e eles ficaram assim por um longo momento. Quando finalmente se soltaram, Joe deu uma batidinha no ombro do filho e ajeitou sua gravata num gesto paternal, entrando no carro em seguida. Michael, que estava arrumado para ir a uma reunião de negócios, ficou no mesmo lugar, parado, vendo o carro dos pais partir. Começou a chover e ele virou seu rosto para o alto, se molhando todo, até que seus empregados viram e vieram buscá-lo com um guarda-chuva. Ele estava muito emocionado e mal conseguiu dar um leve sorriso em agradecimento. Calmamente, caminharam para dentro enquanto os portões de Neverland se fechavam atrás deles.

Mais maduro, nesta década que termina, Michael em várias oportunidades chegou a comentar a respeito de suas semelhanças com o pai, como por exemplo seu amor pelos animais. Tudo que Michael menos queria na vida era se parecer com o pai. Mas com a maturidade até isso mudou e ultimamente Michael falava com naturalidade a respeito dos pontos em que ele e o pai eram parecidos. Como por exemplo na entrevista concedida a Geraldo Rivera (já postada neste blog) e nos seus “Home vídeos” (também postados aqui).

Quando Michael foi acusado de pedofilia pela segunda vez, naquele mesmo ano de 2003, Joseph, assim como toda a família esteve sempre ao lado de Michael, lhe dando todo o apoio e o defendendo com unhas e dentes nas entrevistas que dava. Joe chegou a bater nas portas dos vizinhos pra dizer: “Meu filho é inocente!”.

Joe Jackson, certa vez disse ao biógrafo Taraborrelli, sobre Michael:
“Eu fui duro com ele. Talvez excessivamente, certo? Talvez eu devesse ter recuado, entende? Não sei, o que eu sei é que hoje eu agiria de outro modo. Que pai não deseja ter a chance de voltar e fazer as coisas de modo diferente?”.
Joe disse recentemente que chora quando ouve Michael cantar. E um funcionário de Joe contou aos meios de comunicação que estava ao lado dele quando ele recebeu a triste notícia da morte do filho e viu seus olhos cheios d’agua. Imediatamente pensou que devia ser algo muito ruim!

Cada pessoa reage de uma maneira aos acontecimentos bons e maus que a vida nos dá. Talvez Joe em certos momentos fuja das emoções, ou pelo menos tente fazer isso. Falam que ele sorriu, anunciou sua gravadora, foi a festas, bebeu...

Tudo isso é verdade. Mas alguém consegue enxergar lá dentro do coração deste pai que perdeu um filho tão amado?! Amado sim, vejam as palavras de Joe:

“Era meu filho e eu o amava!”.

O mecanismo de defesa de Joe, o artifício dele, o seu escudo sempre foi não encarar as emoções muito de frente. Agora ele está aí, lutando pra que a justiça seja feita e o culpado pela morte de Michael punido.

Como ele mesmo disse: “Pai é sempre pai e filho será sempre filho”.


*Zú, obrigada pelas fotos que coloquei ali como segunda e terceira! Bjo!!!

5 comentários:

  1. Elisa!
    Adorei esse post, vc arrasou!
    As fotos tb são lindas e vc sabe, uma das fotos do Michael que eu mais gosto, é justamente uma, em que ele está com o pai (do livro "A Magia e a Loucura").
    Nela, Michael está lindo, com o rosto lívido, sorrindo ao lado do Joe.
    Pena que eu não tenho essa foto no meu pc, senão eu enviava prá vc... kkkkk
    Concordo com td o q vc disse; eu não vejo o Joe como um vilão na vida do Michael.
    Muito pelo contrário... talvez se ele não tivesse sido tão duro, Michael não teria a força necessária para superar todos os episódios horríveis que ele teve na vida.
    É importante ressaltar tb, que Joe teve uma vida muito dura!
    Ele não teve um modelo de pai prá se espelhar. Seu pai tb foi muito duro!
    Então esse era o modelo que ele naturalmente teve.
    Naquele discurso que vc citou, Michael disse que entendeu o Joe, depois que ele teve seus filhos.
    Michael quebrou essa coisa negativa que existia em relação a paternidade e foi um excelente pai para seus 3 filhos como nós tds já estamos carecas de saber.
    O mais importante prá mim, é que ele se foi sem sentimentos ruins em seu coração.
    Ele conseguiu com a sua maturidade perdoar, entender seu pai e isso é fundamental.
    Só consegue perdoar quem tem muito amor no coração!!!
    E isso ele tinha de sobra!!!!!!!!!
    This is it...
    MJ forever.
    Bj gde

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  2. Se tem uma coisa que a midia , as pessoas que falam mal da familia Jackson e os fas de Michael sao obrigados a admitir agora , e que a familia toda esta se unindo em torno de Prince , Paris e Blanket e dando a eles a melhor vida possivel , depois da morte de seu amado papai . E visivel a grande preocupaçao que todos demonstram com o bem estar das crianças e os cuidados e carinhos que sao oferecidos a elas , como os passeios constantes a parques de diversao , cinemas , e shoppingns para fazer compras e tudo isso e sempre feito em companhia de alguem da familia ou de Omer Bhatti , da baba e de uma verdadeira comitiva de amiguinhos . Obviamente , a familia proporciona tudo isso aos tres para que a dor que sentem pela perda irreparavel do papai seja amenisada . Joseph tambem demonstrou esse carinho , quando passou o dia de açao de graças com os netos em Las Vegas no ano passado , Me lembro de ver e ouvir Joseph dizer ao reporter Roberto Cabrine ( que na epoca estava na Record , fazendo uma entrevista com Joe para o programa Reporter Record ) que ele nao iria falar sobre nada a respeito da intimidade da neta , quando o reporter fez uma pergunta indiscreta a respeito de Paris . Se Michael pudesse ouvir aquilo , com certeza , ficaria muito feliz ao perceber que seu pai esta protejendo e preservando sua filhinha , afinal , como diz o ditado = Quem beija meu filho , minha boca adossa

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  3. Caramba ELISA texto excepcional,deveria ser
    publicado em todos os meios de comunicação
    para acabar com tanta desenformação,invenções
    e mentiras sobre MICHAEL e sua família,me
    comoveu bastante principalmente a parte que
    os dois estavam em NEVERLAND infelizmente não tinha uma boa impressão sobre o JOE talvez por tudo que falam sobre ele,mas agora mais do que
    nunca vejo o quanto ele amou,ama e sempre amara seu filho e não parar enquanto a jústiça
    seja feita para MICHAEL.
    Como você mesma bem disse" Mas algém consegue
    enxergar lá dentro do coração deste pai que perdeu um filho tão amdo?"A ausência de lágrimas não quer dizer a ausência de sentimentos pois muitas vezes as lágrimas são falsas.
    Continue com esses posts maravilhosos
    o blg está cada dia melhor
    BJS!!!!!

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  4. Zú, essa foto à qual vc se refere é linda mesmo!!! Eu a tenho, mas só no livro, como vc. Uma foto grande em preto e branco, apenas dos rostos de ambos, bem próximos, não é essa? Parece ser dos anos 90... Eu não tenho como escaniá-la por causa de um probleminha q acabei de mencionar no post dos animais... meu escaner não funciona no pc atual... e eu ainda não providenciei uma adaptação (cabo)!...
    Concordo com vc e Michael mesmo disse isso: talvez sem a rigidez de Joe ele não teria chegado onde chegou... Quem sabe como seria, né?...

    Tb vi essa entrevista, Melissa... Embora nela ele negue q tenha batido nos filhos, pq lhe faltou coragem pra assumir isso, ele fala coisas bem legais, como essa q vc citou, da Paris e o lance do vitiligo... ele fala de Michael com carinho e entre um riso e outro, seu olhar é triste! Acho o seguinte: se Michael o perdoou não temos direito NENHUM de julgar Joseph Jackson...

    Elba, essa parte de Neverland me traz lágrimas aos olhos, ela está na biografia "A Magia e a Loucura" e é realmente linda. Aqui eu escrevi com as minhas palavras pq não gosto de copiar tudo, mtas coisas eu escrevo como elas ficaram na minha memória, sabe? Mas qdo li aquilo no livro e tb qdo escrevi aqui sobre isso, me emocionei, assim como com o discurso de Michael, q tb já postei aqui no blog, e os outros momentos de emoção... como a parte do hospital e o momento da triste noticia.

    Obrigada pelo apoio, meninas e fico feliz q tenham gostado do texto!

    Bjoksss!!!

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  5. Mas um post e mas uma surpresa!! Também acho isso Elisa, houve muita dor da parte de um com o outro.
    Michael criança sem entender o porque da rudez, Joe adulto e duro pela vida por ter que criar tantos filhos em uma cidade como Gary em 1950 ou menos, cheia de malandros, pois não é só no Brasil e nem é só hoje que existem gangues e maladros afim de surrupiar seus filhos para as drogas. È assim mas uma vida de separações, dores mas muito amor, porque quem duvidar que essa familia se ama e é unida apesar de tudo esta redondamente enganado.

    Adorei vc colocar esse lado humano de Joe essa dor que ele não soube como explodir, mas que sentiu e não foi agora, com uma morte como já começei a comentar em outros post seus que deixa duvidas, mas se ele não sabe e se é verdade,, a dor dele é real.
    Mas vc lembra de Bezerra da Silva, é assim que vejo Joe, o cara sofrido, malandro esperto só que do showbussines e hoje residente da cidade mais malandra do mundo Las Vegas.
    Mas Deus nunca iria aceitar que Michael tivesse tido outra familia e nem ele, porque ele escreveu sua historia antes de nascer, mas a arrematou durante sua vida co seu livre arbitrio... Joe, Kat,Jermanie, Tito,Latoya, Janet, Jack,todos, incluindo os que se agregaram fazem parte dessa grande aventura que começou do outro lado.
    Bjs
    Malu

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